Navio de construção mista (madeira e ferro) e também de propulsão mista (vela e vapor), armado em galera, construído nos Estaleiros da Ponta d’Areia, Niterói – RJ, sob planos e direção técnica do Primeiro-Tenente João Cândido Brasil.

Sua quilha foi batida em 11 de agosto de 1882, lançada ao mar em 20 de junho de 1883 e Mostra de Armamento em 26 de novembro de 1884, recebendo o distintivo numérico 17.

Foi lançado ao mar em 27 de agosto de 1851 e classificado como Corveta. No dia 24 de janeiro de 1865, sob intenso temporal, ensacou-se e naufragou na restinga de Marambaia, Rio de Janeiro, sem perda de vidas.

Com 726t de deslocamento e 65,12m de comprimento, possuía máquina a vapor de expansão tripla com 750HP de potência total, além de sete canhões de calibre 32 e quatro metralhadoras.

O Capitão-Tenente José Victor de Lamare foi o primeiro comandante. Em 1885, o Capitão-Tenente João Carlos Pereira Pinto assumiu o comando e em 5 de setembro de 1887, o Imperial marinheiro II partiu para o Rio de Janeiro, em comissão da Repartição Hidrográfica, para sondar o banco Marajó nos Abrolhos.

Era uma 1h da manhã do dia 7 de setembro de 1887, quando o Imperial Marinheiro II naufragou na ponta sul da barra do Rio Doce, na provícia do Espírito Santo.

No sinistro, 14 pessoas morreram.

Segundo-Tenente Trifeno de Oliveira;

Guarda-Marinha Francisco de Paula Mello Alves;

3º Maquinista Américo Brasílio da Silva;

4º Maquinista Ildefonso Machado Dutra;

Os praticantes de máquinas Francisco Dias Braga e Frederico Cândido de Andrade;

Imperiais Marinheiros Francisco Segundo, Roque Lúcio, Americo Soares Lobo, Pedro Felício, Inácio Pereira;

Foguista contratado Francisco Xavier Estevão;

Taifeiros Agostinho e José Alves Ferreira.

Salvaram-se 117 pessoas, das quais 92 eram praças do Corpo de Imperiais Marinheiros, com a ajuda providencial do pescador Bernardo José dos santos (conhecido como “Caboclo Bernardo”) que, a nado, conseguiu conduzir um cabo até o navio possibilitando o salvamento dos náufragos.

Pelo Aviso do dia 20 de setembro, mandou-se à Contadoria da Marinha abonar, como gratificação, aos oficiais da Armada e classes anexas, náufragos do cruzador, a importância correspondente a seis meses de soldo.

Por sentença do Conselho Supremo Militar de Justiça, de 10 de dezembro de 1887, foram condenados o Capitão-Tenente João Carlos da Fonseca Pereira Pinto, ex-comandante do navio, a dois anos de suspensão de comando; e o 2º Tenente Alfredo de azevedo Alves, ex-oficial do mesmo cruzador, que era Encarregado da Navegação, a seis meses de prisão; o 2º Tenente Alípio Mursa, oficial de quarto na ocasião do naufrágio, foi absolvido.

O pescador Bernardo José dos Santos que auxiliou abnegadamente o salvamento de grande número de pessoas, foi recebido em Vitória e no Rio de Janeiro com muito carinho e festejos. O Governo Imperial condecorou-o com uma medalha humanitária.

O Furriel Imperial Faustino José Pedro, o Mestre do navio João Roque da Silva e o 2º classe Imperial Marinheiro Manuel Francisco da Silva, pelos serviços prestados, também foram galardoados pelo Governo.